sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ìdolos Corinthianos - Idário

Revelado nas categorias de base do Corinthians, Idário subiu para o time principal em 1949. Era visto pelas torcidas adversárias como um carniceiro, porém, pela Fiel era visto como um verdadeiro deus da raça. Ganhou o apelido de Sangue Azul, ou apenas Sangre, por sua origem espanhola. Lateral-direito teve inúmeros embates contra grandes craques da ponta-esquerda, como Canhoteiro. Teoricamente levaria desvatagem, contudo, se superava com raça e força, ajudado pelos gritos da torcida como: "Pega ele, Idário".
Era corinthiano na alma e bravissimo. Mesmo ferido, fazia o adversário tremer. Ele era a própria alma do Corinthians. Escondia as feridas para não deixar de jogar. Pelos companheiros comprava qualquer briga. Ele foi a sua força que empurrou o timão para o titulo de 1954. Doutor, o senhor não é louco. Ninguém vai me tirar jogo. Neste deste, nem de qualquer outro. O médico Aroldo Campos ainda tentou segura-lo pelo braço, mas foi impossível. Mal refeito do desmaio provocado pela violência de uma bola chutada pelo Jair da Rosa Pinto, correu para dentro do campo e reiniciou o duelo que mantinha com Rodrigues, famoso ponta do Palmeiras e da seleção brasileira. Era um jogo difícil e os 55 mil torcedores presentes ao pacaembu, na tarde de 6 de fevereiro de 1955 mal respirava, O Corinthians precisa de um empate para conquistar o titulo antecipadamente, o cobiçado titulo de campeão do IV Centenário da Cidade de São Paulo. Idário, um craque da raça, sabia que não poderia ser substituído e não admitia deixar o time desfalcado. Lutou até o fim do jogo (1x1) e participou do carnaval junto com a torcida nos 22 km que separam o Pacaembu do Parque São Jorge. 
Somente dois dias depois, com lágrimas nos olhos, mostraria para Carbone, seu amigo e confidente, porque uma terrível dor de cabeça era pouco para tira-lo daquele ou qualquer outro das 470 partidas que disputou pelo Corinthians. Sua perna estava em carne viva, corroídas pelo eczema que ele, por medo de sair do time para um longo tratamento, escondia do médico, tentando cura-la com aplicações de sulfa. Não era pelo dinheiro ou pela fama que nunca conseguiu em grande quantidade, que agia assim. Era pelo profundo amor que nutria pela camisa alvinegra. Tão profundo e puro, que jamais, em dez anos de clube, Idário discutiu a reforma do seu contrato. Assina sempre em branco, e quando alguns amigos o criticavam por isso, ele sempre tinha a mesma resposta – Não jogo por dinheiro, Jogo por amor ao Corinthians. Nem se importava quando Cláudio, Luizinho, Baltazar e Carbone chegavam ao Parque São Jorge como verdadeiros reis, na direção de reluzentes carros do ano. Seu reinado era num campo de futebol. Ali dentro, depois de enfrentar um frio na barriga sempre que passava pelo túnel, se transformava no mais bravo guerreiro em campo. Não era por mera bondade que o chamavam de – Espanhol Sangue Azul. Era pela nobreza de suas atitudes e pela valentia com que enfrentava os adversários. Depois de ver Idário jogar na Pequena Copa do Mundo, dirigentes do Barcelona quiseram leva-lo para o futebol espanhol. O presidente do Corinthians perguntou se ele queria ir. E Idário disse – Não presidente, prefiro jogar no Corinthians até quando as pernas agüentarem. 



Nome: Idário Sanches Peinado
Nascimento: 09 / 05 /1927
São Paulo - SP
Posição: Lateral Direito
Período em que jogou no Corinthians:
de 1949 à 1959
Jogos: 475
Gols: 6




Títulos:


Campeão Torneio Rio-São Paulo de 1950
Campeão Paulista de 1951
Campeão Paulista de 1952
Campeão Torneio Rio-São Paulo de 1953
Campeão Torneio Rio-São Paulo de 1954
Campeão Paulista de 1954

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